A Ginna é um sonho antigo que se transformou em realidade pelo desejo e necessidade de ampliar o acesso das leitoras e leitores brasileiros a obras que desafiam as narrativas dominantes sobre a sociedade, as mulheres e a natureza, provendo reflexões imprescindíveis para compreendermos o nosso tempo.
A Ginna só pôde acontecer por meio de uma união de esforços colaborativos de pessoas dissidentes buscando desafiar a censura velada, que resulta em uma mesmice de ideias e uma falsa homogeneidade no ambiente cultural, intelectual e político progressista brasileiro. Por isso, nos dedicamos especialmente a publicar obras consideradas erráticas e heréticas que, se não fosse a Ginna, dificilmente seriam publicadas no Brasil.
Enquanto casa de publicações, estamos dedicadas a pensar diversos formatos e experiências multiplataforma. Com o Ginnazine e o Ginnacast, que contarão com produções autorais e inéditas, buscamos fomentar o interesse pela leitura e pelo conhecimento para além do livro.
Também temos interesse em descobrir os títulos e as autoras e autores que vocês gostariam de ver traduzidos e publicados com ineditismo. Queremos nos conectar com a nossa audiência e seus desejos de leitura.
Para que isso possa florescer e acontecer, nós precisamos do apoio de vocês, é claro! Não temos influência no meio editorial, tampouco fortuna de banqueiro. O que nós temos é muita vontade de publicar livros contra-hegemônicos, algum conhecimento e fé na jornada, pois nossos passos vêm de longe. Vamos juntas!
Marina Colerato
A foto que ilustra este texto foi feita durante o Legalize Abortion Rally, no Rockefeller Center, em Nova York, em 24 de março de 1968 pela artista estadunidense Bev Grant. Seu trabalho documental capturou o fervor e o dinamismo do Movimento de Libertação das Mulheres, dos protestos anti-guerra e do Movimento de Libertação Negra durante o final da década de 1960 e início de 1970. Em 2024, diversas fotografias documentais da artista ganharam uma exposição inédita intitulada Dissident Sisters: Bev Grant and Feminist Activism, 1968–72 [Irmãs Dissidentes: Bev Grant e Ativismo Feminista, 1968-72].
Na imagem de mulheres segurando a faixa, é possível ler a frase “Não chore, resista!”. Conheça o trabalho de Bev Grant aqui. A imagem contém direitos autorais.