Em A origem da política queer, Sheila Jeffreys argumenta que o forte movimento feminista lésbico da década de 1970, que foi capaz de articular uma fisolosia e prática lésbicas distintas da política gay masculina, foi subsumido na década de 1990 pela agenda dos homens gays chamada política queer.
Ao romper com as ideias iniciais do Movimento de Libertação Gay, que eram bastante influenciadas pelo Movimento de Libertação das Mulheres, a nova política repudiava as ideias lésbicas feministas e celebrava a “masculinidade” como objetivo a ser perseguido pelos homens gays. Práticas sociais antes compreendidas como danosas, como a interpretação de papéis sexuais hierárquicos, a pornografia, a prostituição e o sadomasoquismo, se transformaram em símbolos da homossexualidade. A própria prática sexual lésbica submergiu sob uma agenda gay masculina alinhada à agenda da dominação sexual masculina heterossexual.
Utilizando argumentos de conceituados pesquisadores do movimento gay nos Estados Unidos, na Austrália e na Inglaterra, a autora demonstra como essa nova agenda vai de encontro não só aos objetivos do movimento de libertação das mulheres, como é prejudicial aos interesses das lésbicas e dos homens gays.
Passados 20 anos da primeira publicação de A origem da política queer, o livro permanece atual e um dos únicos a analisar de onde vem e como se constrói a agenda queer, e por que ela se tornou hegemônica na cultura, na academia, na política e nos movimentos sociais desde a virada neoliberal.
“Uma crítica incisiva e desafiadora da política queer, com a clareza radical característica do trabalho de Jeffreys. Deve ser leitura obrigatória em todos os cursos de Sexualidade e Gênero” – Profª Celia Kitzinger, Departamento de Sociologia, Universidade de York.